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Destinei este blog aos animais que já não estão mais comigo ou neste mundo,
e aos amigos com animais também já adormecidos que, roídos pela saudade,
ainda escrevem sobre eles.
Vamos homenageá-los?
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(as cadelas da Janice)
AS MENINAS
Sempre se ouve dizer que cachorros são uma excelente companhia... e são mesmo... de qualquer raça ou mesmo sem raça definida.
Eu queria um cachorro grande e escuro... de preferência fêmea... e a Mine foi comprada, aos três meses de idade. Tão bonitinha... tão pequenininha mas já se percebia que ela ia ficar bem grande.
A Mine se chama JASMINIE OF PADDOCK e veio aos três meses de idade, com pedigree, onde se lê que ela é Akita-Inu. A Mine fez com que eu me apaixonasse pela raça dela, o que me animou a fazer pesquisas a respeito e eu percebia que o comportamento da Mine era identificável com os caracteres próprios da raça Akita, o que me alegrou muitíssimo. Por exemplo, a Mine entendeu rapidamente e usando apenas o seu descomunal poder de observação, qual o papel que lhe era atribuído na minha vida de cadeirante.
(Janice encontra-se numa cadeira de rodas há vários anos).
Entre nós duas criou-se um vínculo fortíssimo e estabeleceu-se um pacto informal de confiança mútua, pelo qual dia a dia eu supria todas as necessidades caninas dela e, em contrapartida, ela supria a minha enorme necessidade de ter uma guardiã a postos... e a Mine foi se revelando muito boa na função de cão de guarda e uma agradável companhia, o que me trouxe um extraordinário conforto psicológico, provavelmente potencializado pelo fato de eu tê-la visto crescer.
Descobri que a Mine é um exemplar do Grande Cão Japonês. Ou é um Akita mesmo, que cresceu muito para o padrão de crescimento da raça... sei lá... só sei que ela foi crescendo e hoje é assustadoramente grande... e se torna mais assustadora por ser escura, o que a meu ver "camufla" um pouco aquela cara enganadoramente doce. Tornou-se o cadelão da mamãe.
O ideal seria que eu tivesse parado por aí... mas a realidade nem sempre corresponde ao que é ideal e, há pouco menos de dois anos, houve um incêndio na minha casa, no qual o fogo ficou restrito à área onde ficava um sistema de aquecimento a gás, ao lado do canil onde a Mine quase morreu queimada... fechada lá dentro. Hoje, em vez do calor infernal do fogo, há o calor benfazejo do sol, naquele lugar onde agora há plantas crescendo cheias de vida.
Minha recuperação foi rápida e tranquila, mas a Mine ficou traumatizada, porém continuou perfeitamente capaz de exercer seu instinto de guardião, excepto quando, durante a noite se anunciava uma tempestade. A luminosidade dos raios a deixava apavorada e ela pedia socorro arranhando com a pata a janela do meu quarto de dormir. Causava-me uma estranha emoção ver uma cadela tão grande e forte pedindo socorro a uma pessoa que nem consegue ficar em pé.
Mas eu queria resolver aquele problema dela... o trauma dela... e uma médica veterinária aconselhou-me a criar outra feminha da mesma raça e recomendou que eu a adquirisse logo ao nascer, para que a Mine a adoptasse como filha e não se sentisse sozinha no quintal. Mas eu questionei sobre a realidade de que dois Akitas do mesmo sexo não convivem harmoniosamente no mesmo espaço. Ficou combinado que adoptaríamos medidas especiais, e a pequena Dan (Dansa Go de El Zorro) veio com um mês de idade.
A Mine estava a postos para recebê-la.
Eu nunca havia visto um Akita tão... bebezinho... e custei a tomar consciência de que aquele "novelinho" ambulante ia ficar tão forte e confiável quanto a Mine. E ficou!
Acompanhar o crescimento de um Akita é uma "actividade" encantadora.
Hoje ambas têm o mesmo porte elegante... o mesmo rabo enrolado sobre o dorso... a mesma carinha doce...e grande, além da mesma força descomunal e assustadora.
Eu não sou criadora. Sou uma admiradora da raça e estou cada vez mais convicta de que acertei ao trazer para o meu convívio a "grandoninha" e depois a "pequeninona", pois elas me dão segurança (inclusive de saúde psicológica). Elas não agem como se fossem mãe e filha, o que não são: agem como irmãs (se desentendo e se protegendo) e meus conhecimentos sobre a raça fica restrito às necessidades delas, considerando as minhas necessidades especiais, de uma PPD. (paraplégica)
Para mim, é inacreditavelmente tranquilizador e animador vê-las guardando a porta do meu escritório, enquanto escrevo. São as minhas meninas!
Mas, eu sonho ainda poder ter toda a estrutura material, psicológica e os conhecimentos necessários para começar uma criação comercial de Akitas.
Mas, mesmo sendo apenas proprietária, já aprendi que nenhum cachorro deve sair fora do nosso quintal, sem guia e coleira enforcador ou não, dependendo da exigência de cada raça... tem alguns que requerem até o uso de focinheira. E lembrem-se, nenhum cão fica agressivo gratuitamente, mas todos se defendem muito bem... até mesmo das pessoas da casa que, em última análise, formam a matilha do cão em questão, seja ele macho ou fêmea de qualquer raça ou tamanho.
Amar uma criatura é empenhar-se em conhecer as necessidades e os instintos naturais dela e o melhor amigo do homem merece ser amado pelos humanos, né?
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Eu gostaria de escrever aqui The End... ou acrescentar que fomos todos felizes para sempre...
Mas sou realista e, fiel à realidade, vou contar que:
Uma das minhas cachorras, a Dansa Go de El Zorro começou a claudicar, em Janeiro de 2003. Conversei com a veterinária que a atende. Constatou-se que ela tinha uma enorme infecção no ouvido, cuja dor reflectia por todo o "bracinho" dianteiro direito, fazendo com que ela economizasse a pata dianteira direita. A explicação fez sentido...
Mas o ouvido da Dan sarou e ela continuou mancando... e um pensamento intrigante martelava na minha cabeça todo o tempo, deixando-me apreensiva...
Bem, mandei fazer uma radiografia.
Radiografia vai e vem... um veterinário conversa com outro... e, por fim, a veterinária que cuida dela me deu a notícia quase chorando: a Dansa está com "OSTEOARTRITE DEGENARATIVA" no cotovelo direito.
Não há como se evitar a doença. A cura definitiva pode vir através de uma cirurgia, onde se raspa o osso na parte atingida e insere-se um pino de metal, que imobiliza a junta... a dose de anestesia é pesada, porque a cirurgia é demorada e "maltrata muito o animal"...
Bem, a hipótese foi descartada, já de antemão, pela própria veterinária... ainda bem, pois:
-Na minha "pequeninona", não... definitivamente não!
O remédio minimiza a dor, mas enquanto não veio, ela ficou lá no canil... às vezes a todo vapor e às vezes quietinha deitada...
A Dan vai tomar o remédio pelo resto da vida... ninguém me disse quanto tempo resta a ela, mas eu vi a radiografia... levei um susto enorme e fiquei meio jururu por uns dias... agora estou bem de novo.
Vejo a Dansa com mais tranquilidade e parece que os olhos dela não me pedem mais socorro, como antes de ir fazer a radiografia.
Posso perceber que a pata dianteira direita da Dan, apenas alcança o chão (não pisa...) e o "bracinho" direito está um pouco mais fino do que o outro. Sei que é só o começo, mas também sei que tanto eu como ela podemos enfrentar com tranquilidade e paz, o mau pedaço que teremos pela frente.
-É uma coisa incrível o grau de sensibilidade dela e o tamanho da minha responsabilidade!
Estamos no dia 18 de Fevereiro de 2003.
Felizmente a Dansa apresentou uma reacção positiva ao remédio que está tomando há uma semana e está saltitante e faceira novamente. Contudo, a veterinária fez questão de deixar bem claro que o remédio é apenas paliativo, pois OSTEOARTRITE DEGENERATIVA não tem cura medicamentosa e pode vir a atingir outras juntas... mas aparentemente a dor não a atormenta e isto é o mais importante, no momento.
Além da afeição que eu sinto pela pequeninona, as meninas são a parte mais importante de um esquema de segurança que me permite morar sozinha.
Agora sim, posso dizer que somos felizes porque a felicidade está dentro de nós... mas temos que enfrentar a vida com realismo, para não sermos abatidos por ela.
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Janice Da Silveira
http://paginas.terra.com.br/arte/janice/as_meninas.htm
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Uma vela por ti
meu amado cão!